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27 de setembro de 2022São Tomás (Fuenllana, Ciudad Real, 1488 — Valência, 8 de setembro de 1555), foi um pregador, escritor ascético, e religioso agustino espanhol. Foi canonizado mais tarde, e muitos de seus sermões se tornaram trabalhos importantes da escrita sacra.
Nasceu na aldeia de Fuenllana, porém cresceu e educou-se em Villanueva de los Infantes, província da Cidade Real, onde seus pais possuíam uma rica fazenda; sabe-se que muitas vezes o rapaz andava desnudo por que havia dado suas vestes aos pobres. Permanece em pé parte de sua casa original, com um emblema na esquina, ao lado de um oratório da família.
Ainda fez estudos de Artes e Teologia na Universidade de Alcalá, ingressou na Ordem dos Agostinhos de Salamanca em 1516, sendo ordenado sacerdote em 1518. Nesta ordem ocupou os cargos de superior de convento, visitante geral e pároco provincial de Andaluzia e Castela. Também foi professor de universidade, além de conselheiro e confessor de Carlos I de Espanha.
Gozou de grande fama por sua austeridade pessoal (chegou a vender o lugar onde dormia para dar o dinheiro aos pobres) e por seu exercício contínuo e infatigável da caridade, especialmente com os órfãos, com as donzelas pobres e sem dote, e com os doentes. Possuía, no entanto, uma concepção inteligente de piedade, de forma que, embora desse esmolas, procurava solucionar estrutural e definitivamente a pobreza, mediante a redenção ativa da mesma, dando trabalho aos pobres. Assim, fazia frutificar suas esmolas.
Compôs belos sermões, dentre os quais se destaca o Sermão do Amor de Deus, uma das grandes manifestações da oratória sacra do séc. XVI. Teve, com efeito, uma grande fama de pregador, e um estilo sóbrio e simples. Carlos I, ao ouvi-lo pregar, exclamou: “Este monsenhor comove até as pedras.”, e provocava sonoras conversões. Alguns de seus sermões arremetem contra a crueldade da festa dos touros. Teve também uma grande devoção pela Virgem Maria, cujo coração comparou a sarsa ardente que nunca se consumia; foi ainda autor de vários opúsculos, dentre os quais se inclui o Solilóquio entre Deus e a Alma, em torno da comunhão.
Como escritor místico sua obra mais importante é Da lição, Meditação, Oração, e Contemplação, mas há também seus numerosos sermões em castelhano e latim, dentre os quais se destaca o já referido Sermão do Amor de Deus imbuído do neoplatonismo. Em suas palavras é possível encontrar implícita uma advertência contra os alumbrados. Seu Comentario al Cantar de los Cantares aponta seis graus progressivos dentro de uma vida mística: Fé, Devoção, Embriaguês, Inação, Sonho, e Êxtase; suas obras completas foram editadas em Manila em 1881, Opera Omnia em seis volumes.
É considerado padroeiro dos estudantes universitários e dos escritores.
(Imagem: Santo Tomás de Villanueva, sec. XVII, Museu do Prado)