
18 de outubro – São Lucas Evangelista
18 de outubro de 2022
Aniversário Affonso Ávila
18 de janeiro de 2023Isabel de Andechs foi a segunda filha do Rei André II da Hungria e de sua esposa Gertrudes de A.
O nascimento de Isabel foi maravilhosamente anunciado por Klingsohr da Transilvânia, um trovador medieval, no distante Reino da Turíngia. Numa noite de festa, profetizou ao então conde Hermano I da Turíngia com as seguintes palavras: "Vejo uma estrela que se levanta da Hungria, que brilhará aqui nesta terra e depois no mundo inteiro. Pois hoje nasceu na Hungria uma menina que será santa. Ela será esposa de seu filho quando crescer, e será famosa no mundo inteiro."
Encantado com as palavras proféticas que ouvira, o conde Hermano enviou uma comitiva a Hungria e foi acertado com o Rei André II o casamento de Isabel com seu filho mais velho, o infante Hermano. Diz a tradição que a menina, com apenas quatro anos, despediu-se da Hungria e foi levada à Turíngia num berço de prata, acompanhada de uma grande escolta, para ser educada ao lado do futuro esposo. No entanto, quis o destino que o Príncipe Hermao falecesse e em seu lugar, Isabel foi prometida em casamento ao príncipe Luís, segundo filho de Hermano I e da duquesa Sofia de Wittelsbach. mento.
Como governante, Luís IV se mostrou sábio, forte, corajoso e justo. E Isabel partilhava com o marido suas intenções de zelarem pelo bem estar e felicidade de seu povo.,
. Em várias ocasiões armaram situações para que Luís por ela se antipatizasse e a rejeitasse, como era comum ocorrer com muitos reis levianos da época. Mas o amor, o carinho e a admiração que ele sentia por Isabel era maior que tudo.
Certamente o mais famoso milagre narrado a seu respeito foi o chamado Milagre das Rosas. Dela conta-se que certa vez, quando levava pães para os pobres nas dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. O duque estranhou a conduta da esposa, que parecia esconder algo, talvez insuflado pela astúcia de seu irmão Henrique ou da própria mãe, Sofia. O diálogo entre os dois ficou famoso nos anais das lendas de santos. "O que tu levas no avental Isabel?" Ao que a jovem princesa respondeu, trêmula: "São rosas, meu senhor!" Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas frescas e orvalhadas, embora fosse inverno e não fosse época de flores. Note-se que da sua sobrinha, Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, se conta uma lenda muito idêntica, o Milagre das Rosas.
Em outra situação, avisado pelos nobres da corte de que a esposa havia acolhido um leproso sobre o próprio leito, Luís correu para lá enojado, achando que a esposa havia enlouquecido, mas os olhos de sua alma se abriram e ele contemplou uma imagem de Cristo Crucificado.
A caminho para as cruzadas, acompanhando o imperador Frederico II] de quem muito admirava, Luís faleceu de peste em Otranto, o que causou enorme dor em Santa Isabel, que recebera a notícia da morte em outubro, após o nascimento da terceira filha, Gertrudes. Ao saber da morte do esposo, Isabel desesperou-se e saiu gritando enlouquecida pelo castelo, dizendo em prantos: "O mundo morreu para mim, e com ele, tudo quanto era alegria". Durante oito dias choraram a sua morte.
Esta dor, entretanto, foi ainda acrescida de maiores agruras, quando seus cunhados, livres do temor que nutriam pelo irmão mais velho, expulsaram Isabel do castelo com seus filhos, em pleno inverno, sem dinheiro e sem mantimentos. O seu cunhado Henrique Raspe usurpou a coroa e expulsou Isabel e as três criancinhas, acompanhadas das fiéis Judite e Isentrude, e proibiu a quem quer que fosse ajudá-los, sob pena de castigo. O povo que antes idolatrava a jovem duquesa agora se viu obrigado a lhe fechar as portas por medo do novo conde.
Isabel teria ficado em situação complicada se não fosse resgatada mais tarde por sua tia Matilde, Abadessa do Convento Cisterciense de Kitzingen. Seu tio Otto, que era Bispo de Bamberg, tentou convencê-la a se casar novamente com outro príncipe europeu, mas Isabel não quis. Foi então que tomou a decisão mais difícil de sua vida: preferiu confiar a seus parentes a educação dos três filhos - Hermano, Sofia e Gertrudes - e quis tomar o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, junto de suas duas fiéis damas de companhia Judite e Isentrude.
Algum tempo depois, entretanto, os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada voltaram, trazendo seu corpo. Corajosamente enfrentaram os Príncipes, irmãos do duque falecido e exprobaram-lhes a crueldade praticada contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a restauraram em seus bens e propriedades. Também o Papa havia forçado Henrique a devolver a coroa e a fortuna a cunhada, sob pena de excomunhão. Orientada por Mestre Conrado, Isabel aceitou a fortuna para poder utilizá-la em favor dos pobres. No entanto, entregou o pequeno Hermano para ser educado pela avó no Castelo de Wartburg a fim de se tornar o futuro conde da Turíngia. Quanto a Sofia, entregou-a aos cuidados da tia para ser educada no convento e ela mais tarde se tornou a Duquesa de Brabante. A pequenina Gertrudes foi entregue às monjas do Mosteiro de Altemberg e ali cresceu, tornando-se religiosa mais tarde.
Depois de muitos sofrimentos que ela suportou com admirável resignação, a jovem duquesa foi salva por seu antigo protetor e padrinho, o Conde Bertoldo de Saros-Patak, que em companhia de vários outros cavaleiros e nobres amigos fiéis a ela e ao seu falecido marido, obrigaram Mestre Conrado a abrandar o rigor de sua direção espiritual, o que ele fez por medo. Então restituiu Isentrude e Jutta à companhia da Duquesa e a alegria voltou ao seu coração.
Nesta época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma extraordinária e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha. Dizia-se que São João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que inúmeras vezes ela foi visitada pelo próprio Jesus Cristo e pela Virgem Maria, que a consolavam em seus sofrimentos. Uma de suas amigas depôs no processo de canonização algo que surpreendeu a todos: várias vezes a santa era elevada no ar a mais de um metro do chão, enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento absorta em êxtase contemplativo. Perguntada certa vez sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia disse: "Minha herança é Jesus Cristo!"
Dias antes de sua morte, Nossa Senhora apareceu-lhe cercada de anjos e prometeu-lhe o céu, visão esta que causou profunda alegria ao coração de Isabel. Faleceu docemente na noite do dia 19 de novembro de1231, com apenas 24 anos. Foi sepultada com grandes honras e seu túmulo foi e ainda é palco de inúmeros milagres realizados por sua intercessão. Foi canonizada pelo Papa Gregório IX em 1235. Também seu marido Ludwig e sua filha Gertrudes foram elevados à honra dos altares e honrados como santos.
É padroeira da Ordem Franciscana Secular, conhecida como a princesa dos pobres e necessitados.
Sua festa litúrgica é celebrada dia 17 de novembro.
(Imagem sem referência)